segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uma boa notícia


Recebi, através de uma das mailing lists na qual participo, a seguinte mensagem, publicada no site da empresa Family Tree DNA, que transcrevo em inglês:

"An academic research team, including our chief mtDNA scientist Dr. Doron Behar, is collecting mtDNA haplogroup H full sequence results for a population study. The study will update the haplogroup H tree and provide information on the distribution of subclades. Every sample used will help the research team to develop and resolve the H haplogroup tree. Your mtDNA full sequence results qualify for possible inclusion in this study."

Ou seja: a equipa do investigador israelita Doron Behar vai finalmente começar a estudar em pormenor o haplogrupo mitocondrial (ou linhagem genética materna) ao qual pertenço, chamado H, e as suas subdivisões (o meu sub-haplogrupo é o H7, como já aqui disse). Finalmente!

Soube pela primeira do trabalho de Behar em 2006 (na altura no Rambam Medical Center em Haifa), quando publicou um espantoso artigo no American Journal of Human Genetics. Como já referi num post anterior, ele e os seus colegas descobriram, através da análise genética de um outro haplogrupo mitocondrial, chamado K, que, hoje, cerca de metade dos judeus ashkenazes (“alemães”) do mundo descendem de apenas quatro “mães fundadoras”, provavelmente hebreias e originárias do Médio Oriente, que terão vivido na Europa do Norte, naquilo que é hoje Alemanha, há mil a dois mil anos atrás.

Tudo indica que Behar, que como diz a mensagem acima citada é um dos responsáveis científicos da Family Tree DNA (www.familytreedna.com), decidiu que já existem suficientes dados vindos dos clientes dessa empresa para realizar um estudo do mesmo tipo sobre o haplogrupo H – e está a convidá-los a participar.

Penso que é um exemplo fantástico da forma como os cientistas podem utilizar os dados genéticos individuais (sem revelar publicamente a identidade das pessoas) para perceber melhor as rotas de migração das populações humanas ao longo dos milénios.

A mensagem a anunciar o novo estudo foi endereçada apenas aos que já fizeram uma sequenciação completa do seu ADN mitocondrial na FTDNA - e que pertencem ao haplogrupo mitocondrial H.

Como eu fiz o teste na 23andme (que não oferece este serviço) não irei participar pessoalmente no estudo. Mas fico em pulgas por saber o que os resultados irão revelar acerca do meu passado.

Imagem: Árvore do haplogrupo mitocondrial H - Fonte: familytreedna.com

2 comentários:

  1. Ana,

    Perdoe a ignorância, mas a profusão de testes que estão no sítio do Family Tree DNA para adquirir, deixou-me na dúvida. Sendo do sexo masculino e não tendo ainda feito nenhum dos testes, qual ou quais devo adquirir para também saber algo sobre a minha "história"? Agradeço desde já a sua ajuda e esta minha dúvida.

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  2. Resposta a parakportugal:

    A lista de testes disponíveis para os homens encontra-se aqui:
    http://www.familytreedna.com/products.aspx?type=Male

    Os homens podem fazer ambos os testes de linhagem patrilinear (têm um cromossoma Y) e de linhagem matrilinear (têm mitocôndrias e portanto possuem ADN mitocondrial).

    Os testes mais caros são em princípio os mais completos.

    No caso do cromossoma Y, é o teste Y-DNA67.
    No caso do ADN mitocondrial, é sem dúvida o mtFullSequence (e de facto, segundo o que tenho lido, os outros não valem realmente a pena, dão muito pouca informação).

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