segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Riscos de cancros revisitados

O Spittoon, o blogue da 23andme, refere um artigo na Nature Genetics da autoria de Gloria Petersen, da Mayo Clinic, e colegas, que aponta para vários locais do genoma que poderão estar associados ao risco de desenvolver cancro do pâncreas – talvez o mais letal de todos os cancros.

Randy Pausch (na foto), especialista de informática da Universidade de Carnegie-Mellon, morreu deste cancro há um ano e meio. (Lembram-se da sua célebre e comovedora “Última Palestra”?)

Fui tentar avaliar o meu risco, conforme as instruções expostas no blogue, olhando para três SNP (ou mutações pontuais) do meu genoma: rs9543325 (no cromossoma 13), rs3790844 (no cromossoma 1) e rs401681 (no cromossoma 5).

Os resultados são ambivalentes.

Em rs9543325, a minha configuração genética (CT), corresponde, segundo o estudo da Nature Genetics, a um risco 1,23 maior de contrair cancro do pâncreas do que se apresentasse a configuração mais comum (TT).

Em rs3790844, sou AG e isso reduz o meu risco (multiplicando o risco médio por 0,75).

E em rs401681 sou CC, ou seja apresento um risco típico – e inferior ao das pessoas que tem a configuração CT ou TT nesse local, e que também poderão ver, segundo estudos anteriores, aumentado o seu risco de melanoma e de cancro colorectal.

Mas mesmo este último SNP, apesar de a minha configuração ser aí aparentemente a melhor possível, é uma faca de dois gumes, uma vez que ter um ou dois C nesta posição já foi associado, também em estudos anteriores, a um risco acrescido de contrair outros cancros: epitelioma basal (um cancro “benigno” da pele –tiraram-me um há um ano); cancro do pulmão, da bexiga, da próstata (que não me diz respeito), do colo do útero e do endométrio (a parede interna do útero).

Chega!

(Imagem: DR)

1 comentário:

  1. Resumindo, existem varios genes e factores geneticos que propensiam ou não a ocurrencia de variados cancros. Contudo a maioria desses factores geneticos continuam anónimos.
    Não esquecer que apesar que todos os factores geneticos, neste aspecto, os factores ambientais têm uma enorme importancia. Obrigado

    Ivo MMP - aluno de 2º ano de Genética e Biotecnologia na UTAD.
    http://ivommp.pt.vu

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